Na contramão dos sentidos
Querendo me desfazer dos elos
Resguardar-me dos desejos
Nada parece estar no lugar
Ao revirar os álbuns internos
Das fotografias guardadas
Das recordações adormecidas
Tudo aqui agora me faz lembrar do teu sorriso
Da tua pele
Da tua boca
Do teu olhar
Ah como eu queria não mais desejar
Queria de volta aquele olhar
O seu olhar
O passar do tempo não foi capaz de apagar
Um sopro de esperança está no ar
Talvez você venha
Os ventos poderão trazer você
Para perto
Ou te afastarão como um relâmpago
Não sei
Uma certa insegurança também me atormenta
Talvez manter os pés no chão
Seja a única solução
Ou talvez eu possa crer que tudo foi em vão
Sinto que ainda não tem nada ao certo
Talvez o passado deva mesmo ficar onde está
Às vezes sinto a falta de te abraçar
Uma falta de ar, de chão me atormentam
Eu não posso negar
A enorme vontade que eu sinto de te abraçar
Seria apenas isso um abraço
Uma despedida final
Os caminhos contrários, arbitrários.
O vazio que ficou
É isso que me magoou
Não sei, mas existe ainda algo que não se explicou.
Está implícito
Guardado aqui comigo
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